A vida como comunhão e peregrinação
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As vozes que me inspiram
As vozes que me inspiram escolhem a simplicidade
e o recolhimento
são amáveis por natureza
o olhar límpido e brilhante
riem-se muito
e por vezes choram
As vozes que me inspiram são muito antigas
e sempre actuais
lembram velhinhas de rostos muito brancos
e sorrisos muito carinhosos e maternais
e quando falam é como um sussurro que mal se ouve
como um instrumento musical
a repetir a mesma frase
Lembro como quem viaja no tempo sem se mexer
essa verdade que aprendi ainda é a de hoje
antes no plano teórico agora no plano prático
as vozes que me inspiraram estavam certas
e as que me inspiram hoje também
Gostava de lhes dizer que estou aqui
neste preciso momento
de consciência clara, como um espelho
a reflectir encontros e desencontros
palavras e silêncios
e a claridade exacta
A síntese paradoxal que hoje sou
(ou penso que sou)
essa já é da minha inteira responsabilidade
Passei demasiado tempo a observar o mundo
e sempre através de janelas protectoras
só de vez em quando me atrevi a inundar-me de sol
O mundo sempre me assustou
toda essa agitação sem lógica nem sentido
mas que pode ser amável em pequenas doses
clareiras no tempo onde nos podemos abrigar
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Aprender a viver em família
As descobertas que se fazem de vez em quando... Desta vez, na revista Sábado, um artigo interessante (Vera Moura) sobre um curso muito útil: Como ser um bom marido e um bom pai.
A escola surgiu na Coreia do Sul, em 95, como tentativa de prevenir a avalanche de divórcios. "Naquele país, os homens são descritos como sendo desligados das suas famílias, emocionalmente fechados, focados unicamente no trabalho e, em alguns casos, agressivos para as suas mulheres, que tratam desdenhosamente por jip saram (pessoa da casa) quando estão à frente dos amigos." A escola, Father School, iniciou-se nos EUA em 2000 e já "está em 57 cidades norte-americanas.
O curso é constituído por "quatro sessões de cinco horas intensivas cada" e inclui exercícios de abraços, palestras, vídeos didácticos, desenhos da família, escrever testemunhos, etc. E há TPC: "convidar as mulheres para sair à noite, dizer 'eu amo-te' e escrever listas das 20 coisas que mais se gosta nelas." Podem parecer trivialidades, mas são pormenores importantíssimos, os pequenos gestos, uma atenção, um carinho.
Este curso também podia ser muito útil no nosso cantinho que supostamente aprecia a vida familiar. O número de divórcios não pára de aumentar e muitas mulheres queixam-se de maridos ausentes. Pessoalmente, acho que também as mulheres se estão a tornar mais frias e obcecadas pela sua profissão, tal como os homens.
O equilíbrio é o mais difícil de se conseguir e a vida familiar requer equilíbrio, senão os laços desfazem-se dia a dia. Há famílias que mais parecem pensões familiares em que apenas se partilha um espaço, com as refeições desencontradas, e quando se sentam à mesa invariavelmente é para olhar uma televisão colocada estrategicamente na sala ou na cozinha.
Se amar é uma aprendizagem, a vida familiar também é. Este tema sempre me fascinou e acho até que lhe vou dedicar mais alguns posts aqui. Afinal, a vida familiar é uma das coisas verdadeiramente essenciais, não acham?
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Pãezinhos para chá
Descobri recentemente que há rituais de que sinto imensa falta, mas que nem tinha dado por isso de tão distraída que ando de mim. Um deles é o chá da tarde e conversas amenas, de amigas que se conhecem há muito tempo.
Recordo ainda outros chás, da infância, na casa das minhas tias, especialistas em preparar uma mesa para o chá na perspectiva de uma criança: o pão fresco, os queijos da Beira, os doces, o mel...
Hoje são esses rituais que venho lembrar. Pegando em mais uma receita da Fernanda (aposto que a Fernanda tinha receitas para tudo e para todas as ocasiões):
Pãezinhos para chá
500 gr. de açúcar
1/2 l. de leite
700 gr. de farinha
1 colher (sopa) de fermento
1 colher (chá) de canela
1 colher (sopa) de manteiga
1 raspa de limão
Bate-se tudo, pela ordem indicada, durante 15 minutos.
Deixa-se repousar durante 20 minutos.
Colocam-se em tabuleiros untados com manteiga e polvilhados com farinha.
Vai ao forno quente.
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Bombons
As primeiras experiências de vida, as mais precoces, marcam-nos para sempre.
As cozinhas estarão sempre ligadas, na minha vida, a coisas essenciais como o carinho e a alegria.
A vida depois dá voltas e reviravoltas, mas as coisas essenciais estão lá. Por exemplo, estes Bombons parecem-me óptimos para recuperar de qualquer stress pós-traumático, não acham?
Bombons
5 colheres (sopa) de açúcar
5 colheres (sopa) de miolo de amêndoas torradas e raladas
5 colheres (sopa) de chocolate ralado
2 colheres (sopa) de cafá bem forte
Amassa-se tudo muito bem e fazem-se os bombons, passando-os por açúcar.
Não vão ao forno.